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Com @dvrkbody | Nerissa
com @dvrkbody | nerissa
em sua salinha no estúdio da aurora, os dias eram mais ou menos iguais. nate gostava de ter as mesmas (e confiáveis) companhias, além fazer as coisas de um certo jeito-- pois tirava o peso de tomar várias decisões por dia, e assim concentrar-se apenas em criar. era ali, sentado na poltrona de couro vinho, um pé apoiado no joelho que segurava a prancheta com seu rascunho, que se sentia mais em casa. "ei! rissa." chamou a atenção de nerissa, jogando um pedacinho esfarelado de borracha em sua direção. ela tinha sido uma de suas conexões mais espontâneas em arcanum. ambos eram artistas e se conectavam via momentos como aquele, conversando, ou mesmo em silêncio enquanto criavam juntos. nate não sabia quando ao certo isso tinha acontecido, mas ela sempre esteve ali em momentos cruciais. ele adorava desenhá-la, suas proporções e diversas feições. naquele dia, a luz indireta de um abajur iluminava a face de nerissa, ressaltando suas características "olha pra mim, tenho que acertar o contorno dos seus olhos." as íris claras miravam as dela, concentradas em cada detalhe. "seus olhos são bonitos. mas acho que já te disse isso antes."

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wolfrcge reblogged this · 11 months ago
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drkjsjdjsj reblogged this · 11 months ago
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o pior de tudo era como finnick conseguia encontrar brechas na armadura de bom-humor de nate, afetando-o, estressando-o como quase ninguém conseguia fazer. e ainda por cima: ele parecia se divertir com aquilo! ao contrário do lobisomem, que soltou um grunhido de pura irritação ao ser comparado com um animal tão pequeno, praticamente reduzindo toda a sua grandiosidade enquanto transformado e poderes a uma mera insignificância da natureza. nate se orgulhava do que era, e tinha sérios problemas com pessoas que se achavam tão melhores que as outras. 'ah, se eu pudesse esmagar esse pescoço dele com os meus dentes...' o pensamento colérico começava a pulsar no fundo da cabeça tentando tomar controle da situação, fazendo os batimentos cardíacos se acelerarem. ele tinha que se controlar. estavam no meio da rua... mas aquele sorrisinho, nate queria estrangulá-lo, e mal tinham trocado vinte palavras. "você acha que tudo é uma grande piada né? o circo do senhor finnick. novidade, docinho: nem tudo é sobre você. na verdade, eu gostaria de ser menos percebido, nessas circunstâncias." nathaniel inspirou profundamente, fazendo uma careta para a última constatação sobre a preferência do outro por loiros. "não me faça rir, finnick." estalou a língua, ainda extremamente revoltado. "eu preferiria dez maldições de uma bruxa--- não, vinte! vinte maldições a ter qualquer coisa a ver com você. agora anda, sai logo do meu caminho."

Finnick existia num constante estado de mania, seu sorriso quase perpétuo estampado nos lábios raramente indicava alegria verdadeira. Era o tipo de sorriso que arrepiava a espinha, porque os olhos que o acompanhavam estavam vazios. Enquanto caminhava pela rua, avistou Nathaniel, um lobisomem que desprezava. Ah, que desprazer. Ele desprezava os lobisomens, uma raça que considerava inferior. "Sério? O seu poder é ser parte lulu da pomerânia?" Patético. Finnick, um bruxo e vampiro, via-se como uma entidade muito mais poderosa e incrível. Seu ego, por vezes, parecia grande demais para ser contido em Arcanum.
Sem hesitar, Finnick bateu propositalmente o ombro contra Nathaniel com força, e logo riu, fingindo não perceber a presença do outro. Olhou ao redor e o encontrou com os olhos novamente fingindo uma falsa surpresa, como se só então o tivesse notado. "Oh, meu Deus, o que esse pobre chihuahua está fazendo aqui no meio da rua? Rábido, com certeza! Calma, Chaolinho," disse, claramente se divertindo com a provocação.
Finnick adorava ser desagradável, e isso estava estampado no brilho de satisfação em seus olhos. "Não, acho que não, docinho. Erro meu. Não fique triste, talvez da próxima vez você chame mais a minha atenção. Eu tenho uma coisa por loiros, de qualquer forma." Ele terminou com uma piscadela cínica, completamente absorto em seu próprio humor cruel. Ah, que belo dia para ser insuportável.

com @fcnnick
nathaniel não tinha só afetos na cidade de arcanum. na verdade, estes eram poucos de modo a não encher duas mãos completas de dedos. seus desafetos, por outro lado, aqueles dos tempos de baderna e arruaça, estavam vivos e numerosos, muito obrigada. e era por isso que nate se esforçava muito para não precisar andar na rua e assim permanecer alheio aos acontecimentos mais dramáticos de arcanum, porque quando saía, inevitavelmente se deparava com alguém dessa segunda categoria de (des)afeições. para seu infortúnio, hoje não seria diferente. ele podia jurar ter sido amaldiçoado por alguma bruxa, porque lá de longe poderia ver andando em sua direção finnick. o que dizer do híbrido? ah, sim. ele era um completo fator estressante bípede que ensinava história. uma pedra no seu sapato. a possível razão de uma futura prisão. e é claro que entre o andar de ambos, ninguém iria ceder. dois pares de olhos se perfurando como bisturis recém abertos puderam observar muito bem a colisão de ombros que se deu no passeio estreito. "fala sério, cara!" a voz que quase sempre era divertida e tranquila já ganhava decibéis da mais pura irritação ao dirigir-se ao outro. mostrava o que um dia ele tinha sido, o ímpeto da briga crescendo no âmago. nathaniel espanou o ombro, como se quisesse se limpar da sombra do esbarrão, e tornou a encarar finnick. "essa sua cabeçona finalmente parou de funcionar e equalizar as dimensões, depois de tanto tempo perambulando por aí atormentando os outros? você me viu a duzentos metros!"

com @abbcdon
nathaniel sempre foi uma criança corajosa. crescer na natureza e entender como o mundo funcionava (principalmente o mundo de seres considerados mágicos ou supernaturais) tirava a carga de surrealismo e o fazia confiante do que esperar. por isso, nunca teve receio do escuro ou do que pudesse haver nele. mas, no início de tudo, sentia-se intimidado por abbadon e pelo completo caos da cidade. seus olhos eram diferentes de tudo o que já tinha visto, e poderia se dizer que o lobisomem nunca tinha conhecido uma figura tão peculiar como ele. depois, porém, a intimidação tornou-se algo diferente… algo que até hoje nathaniel não conseguia muito bem colocar em palavras ou rotular. estava constantemente conflituoso sobre seu relacionamento com abbadon, que não era muito bem uma amizade apesar de parecer ser o início de uma. poderia realmente ser amigo com um demônio? às vezes ele achava que sim, pois, se já estava fadado a passar a vida inteira e morrer ali, por que não? já em outras, tinha certeza de que não e a pergunta voltava até si como uma invertida: será que um demônio poderia ser amigo de alguém? abbadon certamente era curioso com sua pacata e monótona vida, pois sempre tinha perguntas demais. pôde ouvi-lo chegando de longe, a audição lupina nestas horas funcionando como uma benção. "um momento." avisou, erguendo uma mão suja de tinta para trás enquanto finalizava os últimos toques no quadro que trabalhava há pelo menos cinco horas. era uma peça um tanto quanto perturbadora: no centro, um corpo masculino puxado para trás por várias mãos que acabava se desfazendo, soltando pedaços de si. nate gostava de trazer suas ideias para o realismo, muitas vezes abordando esse lado sangrento. era melhor do que brigar, como fazia há alguns anos. "e... ok." virou-se para trás, a fim de encarar sua companhia, em expectativa da visita inesperada. puxou o ar entredentes, em certo alívio por desfazer a concentração de tantas horas, e repousou sua paleta e pinceis em uma mesinha de madeira. "e aí, o que achou?"

com @thcbakerboy
nate tinha se tornado um rapaz previsível. previsível até demais. seus dias de folga se resumiam a passar tempo em alguns poucos lugares na cidade de arcanum. apesar de outrora reverenciar a liberdade, aquela prisão tinha lhe revirado de dentro para fora e remexido suas vontades. não havia sobrado interesse algum em perambular por aí, então, para a sua sanidade mental, ele seguia uma rotina estrita. com seu caderno de esboços debaixo do braço e um jogo de canetas no bolso da calça jeans, fazia seu caminho até o bule encantado, assobiando baixinho uma música. lá, geralmente sentava-se em um lugar estratégico, para poder observar de perto leon. às vezes, nathaniel gostava de desenhá-lo em segredo enquanto o via trabalhar (já deveria ter dúzias desses desenhos). em outras, desenvolvia em silêncio rascunhos para as futuras exposições. fato era que leon tinha um jeito muito aprazível, e suas conversas eram sempre interessantes. ali, sentia-se menos descolado da realidade e até menos triste-- por vezes, quando ia embora, estava mais leve e tranquilo. nate sabia que não era o chá gelado do bule encantado que tanto lhe atraía a passar incontáveis horas ali, e ver leon trazendo seu pedido costumaz antes mesmo de fazê-lo, reforçava a ideia na sua cabeça. "caramba. eu acho que nunca pedi outra coisa, né? pra você saber o que eu quero logo de cara."

nathaniel não bebia nada alcoólico fazia alguns anos. estava ali unicamente aguardando um possível comprador de sua última escultura, para poder fechar negócios. geralmente, o estúdio da aurora lidava com essas questões financeiras, mas quando uma obra era de muita estima para si, ele mesmo gostava de conduzir negócios. ouvir a voz de celine fez os pelos da nuca arrepiarem em surpresa e... desgosto. em circunstâncias normais, ele e a bruxa ficavam a pelo menos um quilômetro distância, por pura segurança. não conhecia a pessoa com quem ela falava, mas antes de se dar conta das consequências, as palavras saíram da boca, ainda sentado na mesa onde estava. "agradável como sempre, cel. pobre coitado, espero que você não jogue nenhuma maldição só por conversar com você."

open starter! | local::: Bar Flor do Caribe
Celine, com seu copo de whisky deslizando pelo balcão parecia indiferente aos questionamentos da pessoa ao seu lado. A noite de sexta-feira estava se desenrolando de maneira entediante, e ela não estava disposta a lidar com problemas que talvez nem estivessem ligados a ela. ❛ Eu pareço estar trabalhando agora? ❜ Com um tom que misturava ironia e desdém, ela perguntou. ❛ Só porque tem coisas dando errado, não quer dizer que tenha dedo meu nisso. Pode ser a vida te dando uma lição. ❜ Lançou em um tom sarcástico e dessa vez sorriu, desviando o olhar para a pessoa sentada ao seu lado.
