
I just took a D N A test, turns out I'm 1 0 0 % 𝓉𝒽𝒶𝓉 𝕓𝕚𝕥𝕔𝕙 Even when I'm crying crazy Yeah, I got ❝ b o y problems ❞, that's the human in ME Bling bling, then I solve 'em, that's the ɢᴏᴅᴅᴇꜱꜱ in me
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Erhardouthere - * - Tumblr Blog

𝑻𝒉𝒆 𝑺𝒖𝒏 𝑷𝒓𝒊𝒏𝒄𝒆𝒔𝒔 𝗮𝘁𝘁𝗲𝗻𝗱𝘀 𝘁𝗵𝗲 𝑪𝒂𝒍𝒂𝒏𝒎𝒂𝒊 *
𝒂𝒅𝒓𝒆𝒏𝒂𝒍𝒊𝒏𝒆 keeps on rushing in 𝓛𝓸𝓿𝓮 the 𝒔𝒊𝒎𝒖𝒍𝒂𝒕𝒊𝒐𝒏 we're dreaming in don't you 𝒂𝒈𝒓𝒆𝒆?
tw: desperdício de comida.
Bom. Podia ainda não ter uma resposta certa de Soren, mas ela viria: eventualmente, todas acabavam no colo de Aurae, fosse uma bomba prestes a explodir ou um gatinho indefeso e assustado para cuidar. Ela só precisava ter algo que não costumava ter, na maior parte das vezes, e não havia melhor forma de cultivar a paciência, senão através da culinária. Quando prendia o cabelo e atava o laço do avental, entrava em seu mundo particular, onde tudo era exato e as obras de arte que mamãe tanto gostava se tornavam comestíveis. Nunca teve jeito com os pincéis de Rapunzel, mas manuseava as lâminas de chocolate com perfeição. “Autumn, pegue o saco de farinha, sim? Eu preciso de exatas três xícaras, do contrário a receita desanda e eu teria que acrescentar...” Mordiscou o interior da bochecha, olhando para cima ao calcular: “300mL de leite e mais 150g de açúçar.” Instruiu distraidamente, mais preocupada com o ponto do chantilly do que com o rumo que a loira estava tomando. Assim que trouxe as xícaras e Ray as acrescentou à mistura, provando logo depois, torceu o nariz em desgosto. “Isso ‘tá horrível. Não dá pra salvar!” Buscou o copo d’água, sorvendo o líquido antes de jogar todo o conteúdo da bacia na lixeira. “Parecia...” O gosto característico do amido lhe veio à memória. “Você não sabe a diferença entre Farinha e Amido?” Arqueou uma das sobrancelhas, ciente de que estava parecendo uma megera antes de suspirar, negando levemente ao gesticular. “Esqueça. Eu posso começar do zero.” É a única coisa que posso fazer, agora, acrescentou mentalmente, separando as medidas para reorganizar sua bancada. Estava prestes a acrescentar as claras do ovo quando escutou a voz de Autumn,parando para pensar por alguns segundos com a colher de pau à mão. “Você vai precisar ser um pouco mais específica.” Deixou escapar uma risada anasalada, mordiscando o interior da bochecha para apartar o sorriso fácil. “Sonso é naturalmente estranho com todo mundo. Especialmente quando bebe leite.” Deixou escapar, fazendo um biquinho ao deixar a informação subentendida antes de dar de ombros, a atenção de volta à sua massa. “Por que pergunta?” Olhou por cima dos ombros, ainda que tivesse uma massa temperamental em mãos.

with @erhardouthere
Sua mente fervilhava em perguntas. O pesadelo da noite passada ainda era vívido em sua lembrança, fazendo com que Autumn desejasse cada vez mais ser daquelas pessoas a raramente recordarem o conteúdo de um sonho. Ou sequer sonharem. Bom, não era o caso e agora se encontrava paranóica, a formular teorias e mais teorias sobre por que raios Soren teria aparecido e, além de tudo, da forma que apareceu. Era cedo para tirar conclusões do seu significado, nem mesmo havia debatido o sonho com o trio dinâmico das conspirações que eram ela, Bart e Newt, então tinha de se manter tranquila pois poderia não ser nada demais, certo? Errado. Já formulava mil e uma teorias de tragédias que poderiam acontecer ao rapaz e, mesmo sem tanta proximidade, era clara sua preocupação. Provavelmente seu semblante não se encontrava dos melhores naquele momento, ajudando Rae distraidamente a procurar pela cozinha os ingredientes necessários para a sua receita do dia. Adorava cozinhar junto da garota, aprender suas receitas e técnicas, ainda que cometesse seus deslizes vez ou outra. Depois de tomar uma bela reclamação por ter entregue amido de milho em vez de farinha de trigo, ❝Desculpa, vou trocar, não bate no meu braço!❞, Autumn percebeu que precisava de qualquer informação que fosse. Se algo tivesse de acontecer ao rapaz, poderia, na verdade, já estar acontecendo. Se é que seu pensamento fazia sentido. ❝Rae… eu posso te perguntar uma coisa?❞ Nem se pigarreasse conseguiria disfarçar a leve tensão em sua voz, só torcia que não fosse tão perceptível quanto achava estar. ❝É meio repentino, mas… você notou o Soren esses dias, sei lá, meio… estranho?❞

Às vezes, só às vezes, Aurae achava que tinha grudado chiclete no livro-chave d’O Narrador. Noutras, como naquela, tinha certeza. Quem conhecia a Fitzherbert, sabia de seu dom para lidar com as idiotices alheias de uma forma especial, personalizada a cada um dos irmãos por opção. Sabia que devia ter refeito o coque intrincado enquanto esperava ser entrevistada por Merlin, mas a visão tinha sido demais para seu autocontrole em farrapos. Closeted pervert? Oras, por favor: que tipo de princesa não apreciava o que estava bem à sua frente? Ray tinha crescido com Louis e Soren em seu encalço, afinal: a compostura e expressão altiva só chegavam até certo ponto. “What?” Fez um biquinho estressado ao repousar ambas as mãos no quadril em uma postura autoritária tão logo percebeu a presença do Iraklidis no recinto. @simpleandclio não costumava aparecer por ali antes do almoço e, se o sorriso endiabrado tinha algo a dizer... Oh, aquilo era ruim. Ainda não sabia para quem aquilo seria ruim, mas estava prestes a descobrir. “Eu te conheço, Clio. Você não acorda tão cedo se não tiver um motivo e, que o Narrador me ajude, boa coisa esse sorriso não deve significar. Desembucha!” Mandou, gesticulando de maneira exasperada ao comprimir os lábios em uma linha fina. Way to go, Aurae.


“A sua postura está um horror. Você está ciente disso, não está?” Repetiu em uma voz cantada, ciente de que a troça não ficava bem na Fitzherbert antes de afundar mais na poltrona macia. Quem diria que as escaladas se tornariam tão extenuantes? Ela mal conseguia sentir as pernas, além da pulsação rítmica que queimava nas canelas e coxas. Jogou o próprio antebraço sobre os olhos, ajeitando-se de modo a ficar completamente envolvida pela fofura da poltrona. Sabia, Calliope tinha razão e Aurae ia se arrepender daquela péssima escolha no dia seguinte, mas... “Só mais alguns minutinhos.” Implorou, a voz arrastada e manhosa antes de desistir, abraçando um dos travesseiros e encarar a amiga, os olhos levemente fechados. “O novo instrutor é um animal. Literalmente.” Choramingou, curvando os cantos dos lábios para baixo de maneira infeliz. “Ficou falando o tempo todo que eu comi demais nos últimos dias e por isso não conseguia escalar em um circuito completamente diferente dos que estou acostumada.” Revirou os olhos, indignada ao se endireitar, tentando não grunhir com o esforço para manter a postura endireitada depois de... Algumas horas em uma posição que certamente não a faria bem no dia seguinte.
—— A sua postura está um horror. Você está ciente disso, não está? —— A reclamação da princesa logo fora ouvida, encerrando um silêncio um tanto quanto desconfortável. —— Se quiser arrumar uma lesão hedionda para a sua coluna, então, continue desse jeito aí mesmo… —— Mesmo preocupada com os outros, nunca fora um exemplo de gentileza ao fazê-lo. Sua querida mãe tentava lhe ensinar sempre a se portar com mais amor, contudo, a princesinha era prática e objetiva demais para levar os conselhos de Cinderella para a sua rotina de modo satisfatório. —— …mas é melhor parar e ver o que está fazendo de errado. Sério, hérnia é uma mazela difícil de ser consertada pelas fadas enfermeiras.

Para quem arrumava inimizades a todo momento, era de se esperar que Fitzherbert soubesse ao menos se defender. Papai havia a ensinado o básico enquanto crescia, mas não era como se Aurae tivesse prestado tanta atenção nas lições de autodefesa que Eugene demonstrava, ciente de que ninguém nunca chegaria perto da princesa de Corona com más intenções. Fato era que, com todos os últimos acontecimentos em Dillamond, ela não sabia mais se deixar sua segurança nas mãos de guardas era uma boa ideia: era o trabalho deles, mas ela tampouco se sentia emocionada em ter que andar com dois ou três atrás dela pelo resto de sua vida, de modo que se viu obrigada a procurar ajuda com uma das pessoas que mais entendiam daquela... Coisa. “E eu ainda não estou.” Esclareceu. “Que tipo de princesa estaria interessada nisso?” Deixou a pergunta retórica escapar, revirando os olhos antes de bater as palmas uma única vez e repousar uma das mãos na cintura, o rosto pendido levemente para o lado. “Mire seus socos bem longe desse rostinho: é ele quem vai me garantir um bom conto ao final desse ano.” Arqueou uma das sobrancelhas ao gesticular na direção do rosto, os olhos levemente arregalados enquanto as palavras saíam dos lábios. Podia não ter certeza de que teria um conto pronto para ela ao final do último ano letivo em Dillamond, e sequer sabia se queria se afastar de Soren tão cedo assim, mas de uma coisa tinha certeza: a aparência abria muitas portas em Mítica... Pensar o contrário não era apenas sonhador, mas uma burrice. Assim que escutou a negativa da Ojeda, entretanto, soltou um bufar irritadiço, revirando os olhos ao observar a morena quase destruir um saco de pancada. Para seu crédito, Ray teve a dignidade de reprimir um assobio admirado, os olhos levemente estreitos ao imaginar o tanto de força que ela devia ter empregado naquele simples soco. Veja, ela própria era forte, mas nada... Naquele nível. Engoliu em seco, ajeitando as bandagens em cada um dos dedos enquanto mantinha o olhar treinado nos detalhes do tecido de cor clara. “Você diria não? Pra mim?” Testou, levantando o olhar pidão na direção da Ojeda: sempre conseguia qualquer coisa que fosse em Corona com ele, imaginava que não fosse tão diferente. “Não teria vindo aqui se não precisasse de ajuda.” Admitiu, deixando as mãos caírem à altura das coxas enquanto mordia o interior da bochecha. “Nem Merlin consegue cuidar desses desaparecimentos e eu tenho certeza de que isso pode vir a prejudicar Sonso.” Cerrou os olhos, em que pese a postura se mantivesse a mesma. “Eu só quero... Algumas dicas, Alma. Ninguém espera que uma princesa saiba se defender e esse pode ser um ponto importante... Se a ocasião surgir.”
Era mais que provável que Alma já teria perdido a conta de quantas vezes a confusão atravessou suas feições em um intervalo de minutos, acompanhado de olhares revezados entre o saco de areia e ninguém menos que Rae, ou melhor, uma das últimas pessoas que Alma esperava ver no clube de artes marciais e tão menos logo em busca da Ojeda. Existe um pequeno fato que literalmente ninguém — em exceção de Autumn — sequer imagina sobre Alma: Ela é uma péssima professora. Culpe talvez sua falta de tato para lidar com outras pessoas, ou só pelo simples fato de Alma não possuir prazer algum em discorrer qualquer tópico por muito tempo. Eis a razão de sua confusão mental. Entretanto, não era somente isso, uma vez que as duas mulheres já estiveram envolvidas em uma conversa semelhante, onde a Ojeda apontou a força absurda que a loira possuía e como ela seria perfeita como um membro no clube de artes marciais, e em contrapartida, Rae admitiu que não levava jeito algum para qualquer tipo de luta e preferia manter distância pelo próprio bem. Então qual seria o motivo para aquele interesse repentino? — Rae, se eu me lembro bem, nós já tivemos essa conversa antes. Você até disse que “não estava nem um pouco interessada em levar um soco no nariz”. — a menor não se demorou em erguer uma de suas sobrancelhas, quase inconscientemente e de forma a compor aquela aparência ainda infinitamente confusa. E dada por satisfeita com seu treino do dia, enquanto ouvia a resposta da loira, a Ojeda se ocupava em despendurar o saco de areia de um gancho preso ao teto. E após uma ridícula demonstração de como a mulher era estupidamente forte só por lançar um objeto tão pesado por metros daquela sala, ela enfim retornou toda sua atenção para a colega. — Bom, e mesmo se eu concordar, eu não… Sei bem o que eu deveria te ensinar? Serei sincera com você, eu não sou a melhor tutora para qualquer assunto. Você ainda assim quer tentar? — Alma confirmou uma última vez, quase convencida em lhe ensinar alguns truques, talvez até mesmo defesa pessoal, mesmo que sua própria pessoa agindo como uma professora talvez fosse a receita perfeita para o caos.

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nymphakovalena:
Tudo que fez foi rir, a princesinha do Sol não era a primeira, muito menos a última que falaria aqueles tipos de coisa. E quando algo se repetia muito, logo para de fazer sentido. Sinceramente não via motivos para mudar sua conduta, ninguém mudaria a forma com que a tratariam. A vida era uma via de mãos duplas, e com ela era assim: Olho por olho, dente por dente. “ - Acho engraçado, muitos príncipes herdeiros fazem até pior, mas nunca vejo falarem a respeito. E você não é o must do comportamento e compostura, Princesa. Sua boca já passou nos mesmos lugares que eu.” Mordeu os próprios lábios em provocação, sabia que a garota tinha ideia do que ela estava falando. Não precisava citar nomes para isso. Mesmo assim, revirou os olhos com as palavras de Aurae, aquilo era comum para muitos Ralienos. Uma casa com a bandeira da coragem, infestada de covardes. “- Se esconder atrás do nome de sua casa, não vai te levar a algum lugar. Digo, existem várias princesas na Ralien, deveria usar seu próprio nome com orgulho para lembrarem. Ou talvez você tenha medo de ser tão vazia, que acha mais fácil te lembrarem pela casa do que pelo próprio nome. Eu mesma as vezes me esqueço, e tenho memoria fotográfica, sabia?” Provocou, observando ela voltar a secar o garoto. Aproveitou a situação e se aproximou, tocando o ombro dela com suavidade. “- Sabe, é tão difícil achar um homem que faça um bom trabalho. Se você fosse esperta, me colocaria como aliada. Afinal, posso até esquecer seu nome, mas ao menos ninguém esquece o meu. “

A careta enojada só aumentava à medida em que a morena continuava a verborragia, ainda que não estivesse errada quanto à primeira parte: homens faziam muito pior e pouco eram repreendidos por aquilo, mas tudo se tratava de uma questão cultural. Enquanto vovó a ensinou a conter avanços, o gêmeo era estimulado a seduzir princesas indefesas. Claro, mamãe tentara desconstruir aquela noção, mas era difícil não se ater àquele detalhe quando tudo à sua volta se dedicava, justamente, a construí-la. Soltou uma risada nasalada, pouco humorada ao revirar os olhos. “Good thing I always keep my dentist appointments in check. A saúde bucal é perfeita, apesar desses contratempos.” Abriu um sorriso pretensioso, as mãos pinicando para obrigá-la a parar de falar. Conteve-se, contudo, ao entrelaçar ambas as mãos à frente do corpo, pendendo a cabeça para o lado ao buscar se dissociar do discurso ensaiado, assentindo nos momentos que considerava apropriados. “Oh, não se preocupe comigo!” Assentiu, levando a destra ao coração à medida em que a expressão se transformava em algo semelhante a pena. “Eu não corro risco de ser esquecida.” Acenou, abrindo um sorriso condescendente. “E não preciso gritar meu nome sempre que sou... Confrontada. Esse tipo de ação só cai bem em momentos específicos e, mesmo neles, é meio brega.” Estreitou os olhos na direção da mão da bruxa, estalando a língua tão logo sentiu o toque indesejado no ombro, controlando-se ao máximo para não retirá-la dali à força. Era uma bruxa, afinal, e Aurae não pretendia passar por alguma maldição: tinha coisas mais importantes a fazer. Por fim, entendeu por bem que simplesmente se desvencilhar era o melhor curso de ação. Não queria tornar aquilo em uma cena, “Não tenho interesse. Ofereça para outra pessoa.” Reiterou, por fim, dando as costas ao seu passatempo e à bruxa.
𝐄𝐧𝐜𝐞𝐫𝐫𝐚𝐝𝐨
snowanika:
Já devia ter previsto a reação de Aurae, ao mencionar o nome da amiga bruxa, no entanto, havia mencionado Nymphadora sem pensar muito sobre o assunto e as implicações que vinham com ele. —Bom, se o narrador for contar minha história prefiro ser lembrada como uma pessoa benevolente do que a uma pessoa cruel, independente da minha reputação. — Respondeu no impulso, Anika costumava evitar tocar em qualquer assunto que fosse sensível ou que lhe forçasse a tomar um lado, ainda mais quando era a mesma discussão que tinha frequentemente sempre que falava com seu pai. Suspirou e colocou seu melhor sorriso no rosto, não tinha intenção de ofender Aurae ou qualquer coisa do tipo, então tinha de remendar sua fala. —Não que você seja cruel, por que não é, no entanto, pense comigo… É preferível ter bruxas ao meu lado e protegendo meu reino, do que contra ele, não? Olhe para a Bela e a fera por exemplo, irritar uma feiticeira nunca é uma ideia muito inteligente. — Já havia debatido tanto sobre esse mesmo assunto com seu pai e outras pessoas, que essa geralmente parecia ser uma alternativa mais razoável, mesmo que não fosse completamente sincera da parte dela. Deu de ombros, não querendo se prolongar naquele assunto, queria evitar outra dor de cabeça. Fez uma expressão pensativa, tentando se lembrar de alguma das perguntas de Merlin, mesmo que sentisse que não lembraria exatamente com as mesmas palavras. —Se me lembro bem, ele perguntou algo sobre como “Você já pensou ou fez algo ruim”… ou seria maldoso? Whatever, era basicamente perguntando se já tinha feito ou pensado algo ruim sobre algum aprendiz. Nada que você tenha que preocupar, não vejo você fazendo ou sequer pensando em qualquer coisa tão horrenda assim para Merlin se preocupar. — Deu de ombros, duvidava muito que Aurae pudesse responder qualquer coisa que fizesse o mago se assustar ou considerar qualquer coisa contra ela.

Em sua defesa, Aurae conseguiu reprimir a vontade de revirar os olhos e bufar como a pessoa impaciente que era. “Então seja caridosa. Você não precisa andar lado a lado com uma bruxa para que te vejam como a princesa mais bondosa a existir.” Respirou fundo, ciente de que a exasperação tomava conta das mechas: se não estivessem devidamente presos, os fios estariam frisados àquele ponto. Levantou a mão, antes que a morena pudesse respondê-la. “Fato é: não posso discutir com essa lógica, mas tampouco posso ignorar o teor utilitarista que você emprega sem nem perceber. Eles não são nossa linha de defesa, Anika. Eles são o próprio ataque contra as nossas forças.” Argumentou, deliberadamente evitando manter contato visual com a Snow. Oh, não se engane: Aurae sabia sorrir para as câmeras, mas havia limite para as atrocidades que conseguia engolir. “Nontaken.” Retorquiu quase imediatamente, voltando os olhos para a morena ao seu lado, um sorriso dócil nos lábios. Já tinha sido chamada de coisas piores, especialmente pelos membros da casa com os quais Anika parecia ser tão amiga, mas não era como se não provocasse, também. Não sabia dizer se detestou cada prole vilanesca desde o início, ou se o ranço se instaurou com o passar dos anos. O que importava era que Aurae não costumava ceder. “De toda forma, tente não ser... Tão boa com eles. Nossas histórias dependem de um certo nível de antagonismo. Sem isso, ninguém se importa.” E então... Então nada daquilo faria sentido. Se todos andassem abraçados rumo ao pôr-do-sol, não haveria história a ser contada. Assim que a Snow continuou, precisou piscar algumas vezes, comprimindo os lábios em uma linha fina, embora não tenha sido capaz de controlar a forma como os lábios se inclinaram para cima. “You flatter me.” Preferiu responder, acenando algumas vezes antes de dar de ombros, mordiscando o interior da bochecha de maneira pensativa, os olhos vagando pelo ambiente até perceber o aceno para que adentrasse no escritório de Merlin. “Oh, that’s my cue. Obrigada pela dica, Anika. Você me deixou muito mais calma.” Apertou a mão da morena entre as suas, para então voltar a caminhar na direção de Merlin.

𝐄𝐧𝐜𝐞𝐫𝐫𝐚𝐝𝐨
yourhghness:
Não passava despercebido o afastamento, ainda que Njord não tenha comentado. Poderia impor sua presença, se quisesse, mas isso só faria com que Aurae se vitimizasse – todos adoravam a história da princesa em perigo perseguida pelo vilão obsessivo. “ Isso quer dizer que em outras condições eu estava atraente? ” perguntou, tentando imprimir um pouco do antigo charme sedutor na voz. Era verdade que estava muito diferente no que se referia a flertes, como se desmotivado. “ O que me faz pensar que, mesmo com as negativas, você sempre esteve esperando as investidas, Rae ” provocou, olhando-a por baixo dos olhos. Ele sabia que era assim que funcionava – acreditava nisso – como todo homem que insiste em ser desnecessário. Garotas não querem ser realmente deixadas em paz. “ Só trabalho com a verdade ” retorquiu, com um sorriso malicioso que indicava o contrário. Era como se a loira soubesse o tipo de pensamento que tinha atravessado sua cabeça enquanto se submetia ao interrogatório de Merlin. Ou não, já que ainda estava conversando com ele, e não acusando-o de assassinato, correndo para longe como se ele fosse o homicida que era. Mas então, ela teria que virar as costas para o próprio gêmeo também. “ Overrated. Ele gostaria que vocês acreditassem que foi isso mesmo que aconteceu. Os Arendelle também, possivelmente. Faz com que a versão deles de vítimas ganhe mais força. Pobre Elsa ” debochou, negando com a cabeça em seguida, deixando entrever o desgosto em suas feições – a rainha ainda o mataria. Foi o comentário seguinte que fez com que se movesse no lugar, desconfortável, pensando se Soren já tinha dado com a língua nos dentes. O idiota tinha que contar tudo pra irmãzinha? “ É suposto que eu saiba do que você está falando? Por Sonso está se referindo ao seu irmão babaca, acredito ” riu-se, como se a condenasse por ser parente daquilo. “ Ele devia escolher melhor suas brigas, sabe? Entrar só naquelas que sabe que pode ganhar. Ou o caso é que gosta de apanhar? ”

Arqueou uma das sobrancelhas, a careta pouco impressionada externando a falta de paciência. “Haven’t we passed the ‘fishing for compliments’ phase already? Você me decepciona, Njord. Sua autoestima não exigia tanto amaciamento.” Deixou o ar escapar pelo nariz, um breve riso viperino escapando pela garganta ao analisar as unhas bem feitas. Assim que o moreno voltou a falar, suspirou, revirando os olhos para observá-lo de soslaio. “Sure, que mulher não ama ser assediada 24/7 por crias de vilões? Livin’ the dream, aren’t we?” Ironizou, lembrando-se das vezes em que ela teve que tomar o assunto nas próprias mãos para impedir que ela ou alguma de suas amigas fizesse algo que não estava nem um pouco propensa a fazer por vontade de algum cara, herói ou vilão. Ele não precisava saber que os heróis também partilhavam daquele traço... Singular. De toda forma, após o episódio, Aurae preferira fingir que nada tinha acontecido: era mesmo parente de Elsa. Revirou os olhos, então, ao escutar o mesmo discurso de sempre: o Narrador sabia que tia Elsa estava longe de ser uma vítima. Agora, tia Anna... “Você não chegou a conhecer a tia Anna, certo? Não que deixassem isso acontecer. Ela ainda está meio traumatizada com os Westergaard.” Confidenciou, pendendo a cabeça para o lado ao estreitar os olhos, recordando-se da breve estadia em Arendelle enquanto acompanhada dos pais. “Mas não é difícil fazer com que ela acredite no que quer que você queira.” Deu de ombros, desfazendo-se do abraço para se reclinar sobre o mármore, mas mãos espalmadas para trás enquanto as pernas iam e vinham à borda da ilha, os olhos claros muito ocupados em analisar as sombras das panelas e frigideiras penduradas. Ante as palavras, voltou a atenção para o herdeiro, olhando-o de soslaio. “O quê você tem contra a tia Elsa, mesmo? Não foi ela quem deixou seu pai viver pra arrumar uma outra princesa herdeira?” Não havia o toque casual de crueldade que geralmente empregava com os Imre: Aurae estava genuinamente curiosa e, graças ao Narrador, tinha percebido o leve tremor na feição de Njord ao mencionar o irmão. Ora, aquela era uma novidade. “Não brinque comigo, Westergaard.” Avisou, ajeitando-se na ilha de modo a encará-lo com uma expressão vazia, ciente de que havia enrugado o nariz inconscientemente ao escutar o xingamento a Soren. “Por que vocês dois brigariam? Além do óbvio.” Soren sabia como se meter nas piores enrascadas, mas, ela não acreditava que ele chegasse ao ponto de trocar socos com alguém, senão em último caso e... Algo não encaixava na cabeça da Fitzherbert, especialmente a forma como o gêmeo a tinha evitado até então. Não conseguiu conter a risada pouco humorada, entretanto, rolando os olhos ao se levantar. “Ele não foi o único a levar um soco na cara.” Qualquer um podia perceber, especialmente com o curativo no supercílio do moreno. “Não seja convencido.” Atta boy. Ali estava, defendendo a honra do irmão. De novo. “You know what? You’re as useless as ever. Forget I asked.” E lá se foi, o cabelo dourado tilintando com a luz do luar enquanto retornava para seus aposentos de direito.
𝐄𝐧𝐜𝐞𝐫𝐫𝐚𝐝𝐨

Ao pôr o avental, Rae quase podia se dissociar de toda a bagunça em Dillamond. Só existiam ela e a massa de Carolina, que seria recheada com o creme patisserie infundido de lavanda, finalizando o quitute com o caramelo na croquembouche de 50cm. Equilíbrio na cozinha era quase tão importante quanto o equilíbrio de um país, e, modéstia à parte, Aurae sabia combinar os ingredientes na medida certa. O trabalho era delicado e à mão; cada Carolina entrava em seu lugar de direito e, estava prestes a finalizar o quitute quando a ventania irrompeu pelo ambiente, obrigando Aurae a soltar um bufar irritado. “Fechem as janelas!” Murmurou entredentes, tentando trabalhar com o que tinha até ser impossível. Estava prestes a jogar toda a sua frustração no sous chef, mas todos pareciam ocupados demais. Deu um passo para trás, limpando as mãos sujas no avental outrora branco, para dar uma boa olhada à sua volta e encontrar a Fa. Franziu o cenho, repousando ambas as mãos sobre a cintura. Ela estava louca? “Meili?” Agachada no chão, chamou, poupando um último olhar à sobremesa antes de ela cair no chão com mais uma rajada. Muitas coisas passaram pela mente de Aurae naquele momento (a maior parte dela xingamentos), mas a loira se forçou a engolir todos eles, comprimindo os lábios em uma linha ao segurar o rosto da morena entre as mãos. “What. The. Hell?” Franziu o cenho, encontrando as íris douradas a encarando de volta. Fios do cabelo dourado de Aurae fustigavam a pele e ela mal conseguia ver com a neblina de farinha misturada com açúcar no ar, tossindo algumas vezes antes de se ajoelhar no chão e obrigar a Fa a fazer o mesmo. Piscou, abrindo a boca algumas vezes antes de bufar, ajeitando a mecha que tinha saído do coque. “Eu que te pergunto isso!” Começou o discurso retórico, fazendo questão de apontar dedos antes de suspirar ao notar a expressão da chinesa. “Você ‘tá bem?” Franziu as sobrancelhas, tirando um pedaço de manjericão do cabelo dela.

Claramente incomodada com o falatório na sala, Meili sentia uma dor de cabeça incomum e extremamente irritante. Em dias normais, a poção dada pelas enfermeiras seria o suficiente, mas nem mesmo o frasco inteiro do remédio havia resolvido a sua questão. A brisa leve começava a se alterar conforme a impaciência da chinesa ia crescendo, bagunçando os papéis por cima da mesa de desavisados. A cada segundo, não mais conseguia reconhecer as vozes, ouvindo somente o assobio do vento aumentando em seus ouvidos. —— Chega! Chega desse barulho agora! —— Acabou gritando ao tampar as orelhas, com as íris douradas brilhando para quem quisesse ver. A ventania parou no mesmo momento e, de súbito, a morena enfiou todas as coisas na mochila para sair correndo. Seu plano falhou quando esbarrou em alguém, derrubando vários livros e anotações no chão. —— O que foi agora, inferno?!
gcrotaverde:
Os xingamentos eram tão genéricos que não chegavam a causar nenhuma fúria verdadeira da parte de Melena. Uma princesa da Ralien que tentava ofendê-la por suas roupas e a sua aparência? Poderia contar pelo menos seis princesas naquele semestre que tinham agido exatamente igual. Será que existia um roteiro de como ser um projeto de tiradas batidas para serem usadas com bruxas sendo entregue pra todas as garotas daquela casa?! Essa seria a única explicação plausível para o comportamento corriqueiro do grupo. ❛ —— Nossa. É mesmo! Esqueci que você é um alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado e que regula o que é moda em Mítica. Que vacilo não te agradar. ❜ Melena estalou os dedos de maneira debochada e apontou brevemente na direção da outra, levando à mão até a testa em um simulado gesto de decepção. Algo que não durou muito, tendo em vista que precisou rir da frase posterior da loira. ❛ —— Num é? Essa tua cara já mostra que a história da sua avó é verídica. Mas, relaxa, se tiver precisando de um curandeiro pra superar o seu incidente com o vento, é só mandar pra mim que eu pago, viu? ❜ Finalizou quando colocou um sorriso debochado no rosto, assentindo quando ouviu a despedida. ❛ —— Vai lá! E eu já disse, não se acanhe, quando for começar o tratamento é só mandar pra mim que eu pago. Beleza? É só mandar lá na Imre, sem erro. ❜ Então, dando a conversa por encerrada, a oziana até chegou a acenar para a loira enquanto crescia o sorriso que ainda habitava em seus lábios.

𝐄𝐍𝐂𝐄𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎!
nymphakovalena:
Sinceramente, as pessoas falavam tanto de si e de seu comportamento, estranhava quando alguém estava agindo pior que si. Estreitou os olhos ao escutar a primeira frase, se virando levemente para encarar seja lá o que fosse. Quando percebeu que se tratava de um garoto, fez uma expressão de confusão e indignação. Não era nem uma visão tão bela e ela já estava naquele estado, o suficiente para que negasse com a cabeça.
- Nem eu sou assim, Aurae. Meia hora para o interrogatório e você aí… depois falam de mim. Bem, não que não estejam certos….
Realmente, em relação ao seu comportamento indecente, não estavam errados. Mas nem ela mesma estaria comendo alguém com os olhos, minutos antes de ser interrogada. Teve que admitir que se assustou com a forma que a princesa ralhou, grunhindo desconfortável com o tapa. Ser fraca realmente não era uma vantagem. Revirou os olhos, desistindo da garota.
- Sinceramente, boa sorte no seu interrogatório. E se você não parar de secar esse menino, eu tenho certeza que ele vai começar a derreter.

Precisou respirar fundo antes de voltar os olhos para Nymphadora. Oh, era só o que faltava! “Eles falam de você porque você não tem um mínimo de compostura.” Viu-se retorquindo em tom venenoso, incapaz de ser a pessoa mais madura e ignorar a reprimenda. Ora, quem a Imre pensava que era para lhe dar lições de moral? Cerrou os punhos, sentindo as bochechas queimarem com a vergonha de ser pega no flagra. Assim que ela mencionou a entrevista, entretanto, Aurae não conteve a vontade de revirar os olhos, entrelaçando os dedos das mãos à altura dos quadris. “Oh, não se preocupe. Eu sou uma Ralien, nós dificilmente precisamos de sorte nesse tipo de entrevista. Merlin só vai confirmar algumas coisas e perguntar se vimos algo estranho.” Salientou a expressão correta, explicando à Nymphadora em um tom um tanto quanto condescendente, ciente de que estava repetindo as palavras de Anika. Veja, por mais que estivesse nervosa com toda aquela situação, Aurae sabia que a situação não permitia que fosse tão simplista. Qualquer deslize podia por a ela ou a qualquer uma das pessoas com quem se importava em péssimos lençóis. É claro, nada que pudesse externar, de modo que era obrigada a escutar esse tipo de coisa. Respirou fundo, piscando algumas vezes ao tentar angariar o máximo de controle para não continuar com a troca de farpas. “Não seja boba.” Ajeitou a postura, voltando o olhar para o eyecandy por breves segundos. “Ele está mais do que acostumado.”

cssabesta:
‘ Bem que você gostaria, mon ange ’ retrucou com um riso curto, não querendo dar a ela algo de que se vangloriar naquele pequeno jogo. A verdade, no entanto, era que Vincent podia ser muito possessivo quando se tratava de seus envolvimentos amorosos. Infelizmente, no entanto, Aurae não podia ser chamada de namorada. E pensar que a loira tinha até se envolvido com o cão sarnento do Westergaard – ele, Etienne, tinha muito mais pedigree. ‘ Elas poderiam compartilhar da mesma alegria que você ’ sugeriu, o sorriso provocativo se alargando. ‘ Com tantas preocupações nas últimas horas, essa visão faria com que entrassem bem mais tranquilas na sala do Diretor ’ cruzou os tornozelos e os braços, afundando ainda mais no assento enquanto esperava sua vez. Estava ridiculamente calmo para quem estava prestes a ser interrogado, mas, quem não deve não teme, não é o dizem? ‘ Ou podemos deixar isso para mais tarde… Um show particular? No seu quarto? ’ questionou, com um sorriso malicioso. Aquela não era a primeira vez que oferecia. Fitzherbert podia ser resistente quando queria, o que o herdeiro também apreciava. Não lhe teria em tão alta avaliação para possível esposa se a garota estivesse passando pelos braços de vários.

“Então isso quer dizer que você não se importaria se eu saísse com ele?” Provocou, arqueando uma das sobrancelhas ao medir Vincent com um sorriso malicioso. Aurae, como qualquer princesa civilizada, conhecia todos os outros herdeiros desde que tinham praticamente saído das fraldas. Parte de si sempre soube que a possibilidade de se casar com algum dos membros do grupinho seleto era real, e estava preparada para aquele resultado... Assim que confiasse nas decisões de Soren o suficiente para deixá-lo governando sozinho. Não podia ser uma boa conselheira e braço direito para o irmão a um ou dois reinos de distância. “Eu estou me sentindo particularmente generosa hoje.” Mentira, mas Etienne não precisava saber daquilo; não quando Rae exibiu o sorriso encantador que sempre a livrava de punições quando em Corona. “Sabe, deve ser a décima vez que você me pergunta isso... Tem certeza de que não é você quem está desesperado, Vince?” Retorquiu em tom zombeteiro, cruzando as pernas e virando o corpo para o príncipe, o rosto apoiado em uma das mãos. “Sabe que só precisa dizer, com todas as palavras, o quanto precisa de mim...” Continuou, tremulando as pestanas claras à medida em que um fantasma de sorriso pintalgava os lábios. Oh, aquilo era muito mais interessante do que observar atletas de longe. Vincent era bonito o suficiente para tomar a sua atenção --- o que era bom, ela não precisava se esforçar para redirecionar seu interesse para ele quando ficava daquele jeito. “... Mas eu devo estar ocupada à noite. Preciso ajudar Soren com algumas coisas. Aparentemente, ele se envolveu em uma briga com Njord. Tenho certeza de que você entende.” Deu de ombros, quebrando o contato visual ao escutar o sobrenome chamado. Bem, não era o dela, mas estava chegando perto.

golittlebluefairy:
Segurou uma risada ao observar as bochechas rosadas da outra: geralmente ela era a pessoa que ficava completamente desconcertada em situações como essa. Mas estava se divertindo tanto, e levando tudo tão na brincadeira, que estranhamente não ficou o mínimo constrangida em observar o moço divulgando tão descaradamente os próprios músculos. Entretanto, a tranquilidade esvaiu-se no momento em que Ray anunciou que o outro se movia em direção a elas. “E-ele o quê?! Por que ele tá vindo pra cá?!” - repetiu a pergunta, inutilmente. “Ele pode.. Sei lá.. Vai ver quer fazer amizade.” - deduziu de maneira tola “Ou pode ser que queira um feedback sobre o show” - deixou escapar a piadinha junto com uma risada nervosa. Sentia a tensão de Aury na mão que apertava a sua, à medida que o outro estava mais perto. “O que eu faço? O que eu faço? O que eu faço?!” - repetia nervosamente, num sussurro desesperado, até que fosse tarde demais para ter qualquer resposta: o jovem já estava a alguns centímetros da dupla. E, assim que o outro abriu a boca, Alyssa foi tomada por uma vontade incontrolável de rir. Engasgou um pouco ao segurar a risada, levando alguns segundos até que parasse de tossir.. Mas caiu no erro de olhar para o rosto de Aurae. Regra número um para situações em que não se pode rir: NÃO OLHE para o seu amigo. Com certeza devia estar tão vermelha quanto Rae também estava, e simplesmente não conseguiu mais se controlar: caiu numa gargalhada tão forte que mal podia respirar, os olhos logo ficando cheios de lágrimas por conta da risada. Ouviu vagamente - por trás do som das risadas - o jovem reclamando e praguejando, chamando-as de doidas, e possivelmente se afastando ainda xingando as duas. “AH MEU NARRADOR!” - exclamou assim que conseguiu uma brecha entre o riso para falar “Acho que até o Pixie tem uma voz mais grave”- brincou, ainda rindo.

Abriu a boca, pasma com o que estava escutando. Veja, quando você imagina a voz de um homem musculoso, alto o suficiente para pôr qualquer cavaleiro em armadura brilhante com inveja e um sorriso daqueles, você não imagina a voz de uma garotinha chorona, e muito menos um sibilo agudo quando ele pergunta se está tudo bem com você. Geralmente, nesses momentos, Aurae, como toda boa princesa, estaria imaginando a voz levemente rouca de seu crush preferido, não... Aquilo. Engoliu em seco, tentando engolir a coceira na garganta que forçava seus lábios a tremerem ante a vontade de gargalhar de nervoso. Alyssa ia matá-la, algum dia desses. Bastou um olhar para o rosto da loira, e Rae não conseguiu manter a careta profissional ao escutar a voz fina do outro. Não pens--- Tarde demais. Aurae deixou todo o ar escapar, assim como toda a compostura, envergando-se em uma gargalhada que acabou com seu fôlego em questão de segundos --- vovó ficaria feliz em saber que, ao menos, ela não tinha apontado em zombaria para o outro. Mal registrou quando ele se afastou, apoiando-se no ombro da filha da Fada Azul com alguma dificuldade ao limpar as lágrimas, incapaz de pensar em qualquer outra coisa que não na situação ridiculamente inusitada. “Com certeza! Por Merlin, o quê fizeram com as cordas vocais desse cidadão?” Murmurou, ciente de que o fiapo de voz não devia ser um bom sinal, o fôlego totalmente perdido depois das risadas. Antes que pudesse se controlar, entretanto, Aurae segurou a loira pelo braço, arregalando os olhos. “That’s it! Alyssa, ele deve ter feito um pacto com a Úrsula! Eu aposto que ele só deve estar esperando a princesa certa passar por esse pequeno detalhe sem rir.” Gesticulou freneticamente, certa de que seu raciocínio era impecável (spoiler alert: bem longe disso), dando um tapa na própria testa ao se recordar mais uma vez da voz. “E... Nós falhamos.” Explicou. O Narrador que a desculpasse, Rae simplesmente nunca iria conseguir se esquecer daquela cena. “Essa não pode ser a voz dele! É muito... desperdício.” Suspirou, por fim, ciente de que o coração palpitava forte pelo exercício incomum de cardio. Nem as horas de escaladas a deixavam tão sem ar quanto aquilo. “Você ainda vai me matar.” Assentiu, fazendo uma careta ofendida ao repousar uma das mãos sobre o próprio peito para checar os batimentos cardíacos.

astbrero:
Astro tinha pensando antes de ir para sala de Merlin que no minuto que saísse de lá teria um alívio retirado de suas costas… Ele se enganou bem na hora que colocou o primeiro pé para fora do cômodo. Com a cabeça cheia, ele resolveu descer para lugar onde o treino do pessoal estava começando, embora ele não soubesse de que esporte era e que não faria nada. Apenas queria tirar um tempo para pegar um pouco de sol e tentar relaxar a mente com qualquer coisa que servisse como distração após aquele momento difícil. No momento em que chegou lá, sentou-se ao lado de uma garota que ele não conseguia reconhecer rapidamente, mas não ligou muito na hora devido ao fato de que seu olhar captou um rapaz começando a se alongar e não conseguiu focar em outra coisa. Para completar, escutou uma fala vinda da garota e encarou-a para depois voltar a olhar no que estava focando antes. - Isso é bem interessante. Pequenos prazeres, certo? - Comentou em um tom levemente alto, analisando o ser com seu olhar em silêncio depois. Ao sentir o tapa da garota, ele a encarou com as sobrancelhas arqueadas e revirou os olhos. - Eu estou falando baixo… Você que está quase grita… - Sua voz morreu no instante que ele notou que o rapaz que tanto ele quanto a garota estavam encarando parecia estar vindo em direção a eles. - Eu tenho uma pergunta, ele está vindo até aqui ou impressão minha? -

Ela devia começar a reparar seus arredores antes de se permitir relaxar um pouco. Pouco depois de perceber a presença de Beaumont, a postura relaxada deu lugar à rigidez, e Aurae se permitiu acenar uma vez, tentando ignorar a presença do outro, a boca seca ao cruzar o olhar com seu antigo objeto de atenção. “Droga.” Xingou baixo, mordiscando o interior da bochecha antes de engolir em seco. Droga, droga, droga. Sentiu as bochechas esquentarem, ciente de que ela estava completamente vermelha. Não queria ser vista junto a um Imre, de todas as pessoas, especialmente quando Dillamond estava naquele estado de alerta, portanto simplesmente limpou o pouco suor das mãos na saia godê, tentando ignorar o bolo na garganta ao murmurar para que apenas Astro a escutasse. “Boa dedução, Sherlock.” Deixou uma risada cínica escapar dos lábios, calculando o tempo que o atleta levaria até eles, para então voltar sua atenção para Astro. “Escuta bem, pra que eu não precise repetir.” Revirou os olhos, tentando ignorar o nervosismo de ser pega com a mão na massa... Ao lado do filho de um dos piores inimigos de qualquer herói: os pesadelos. Tudo bem, Aurae podia lidar com aquilo. “Você vai sair daqui antes que ele chegue.” Começou, abrindo um sorriso pretensamente amável ao acenar para o transeunte, os lábios pouco se movendo à medida em que cada palavra era emitida. “E nós vamos fingir que o que aconteceu foi uma... Alucinação coletiva, certo?” Pendeu a cabeça para o lado, olhando de soslaio para o moreno em busca de sua reação. Esperava que Astro fosse se levantar e deixá-la sozinha. Como se já não bastasse a empáfia de outros alunos da Imre, não precisava ser vista confraternizando com um.

gcrotaverde:

❛ —— Uuuuh! Sei lá…. Será que pode ser porque eu não sou uma sequestradora?! ❜ Melena fez uma simulação de constatação para responder a loira, erguendo ambas as sobrancelhas conforme tratava de colocar uma expressão abobalhada em suas feições e abria um sorriso tão teatral quanto o restante. Era totalmente patético que estivesse tendo que responder a algo do tipo, mas já estava acostumada a esperar qualquer coisa da espécime rara de princesas da Ralien. Acreditava que todo o bando vivia em uma realidade completamente paralela, alheias a qualquer coisa que não fosse o privilégio que gozavam por serem filhas de personagens queridas em toda Mítica. Então, a única que restava-lhe era levar tudo que elas lhe diziam na base do sarcasmo ou acabaria sendo expulsa do instituto.
Fun fact sobre Aurae: ela não sabia a hora de parar e simplesmente se afastar. Culpe as raízes nobres --- mesmo Eugene era um nobre antes de se tornar um fora-da-lei conhecido ---, mas abaixar a cabeça perante qualquer um estava fora de cogitação. Antes que sua consciência pudesse fazer algo a respeito da situação, obrigando-a a deixar Melena falando sozinha, arqueou uma das sobrancelhas. “Bem, você com certeza se veste como uma.” Rebateu, dando de ombros. “E essa careta? Vovó vive dizendo que, se bater um vento frio, você pode ter paralisia facial e ficar com essa expressão congelada no rosto.” Recordou-se, pendendo a cabeça para o lado antes de abrir a porta, permitindo-se dar um último olhar para a morena antes de sair. “Não é como se você pudesse arriscar, não? Sempre um prazer falar com você, Upland.” E aquela foi a sua deixa para sair.

snowanika:
—Provavelmente, só querem saber se você viu algo suspeito, não tem por que suspeitarem de você. — Deu de ombros, realmente duvidava que Merlin desconfiasse que Aurae tivesse qualquer coisa em relação ao desaparecimento, não fazia sentido algum.Riu um pouco quando citou os doces, era um gosto que ambas compartilhavam, e apenas lembrar das guluseimas do passeio já lhe faziam sorrir. —Você provou as tortas? Elas estavam uma delicia e sim! Eu vi isso, Nymphadora reclamou por que não tinha força o suficiente pra quebrar o recorde. — Revirou os olhos ao lembrar, da bruxa resmungando sobre ter algo errado com aquele brinquedo ou que ele estava amaldiçoado. Observou a loira, que não parecia nada feliz com o fato de ainda ter de ser entrevistada, algo compreensível, não era uma situação agradável. —Já sim, Merlin parecia bem sério e preocupado, imagina o que ele não vai ouvir quando chamarem os pais dos alunos desaparecidos? — Preferia não pensar no momento, na tristeza e na dificuldade que seria para a família dos pobres coitados, esperava que o interrogatório levasse a algum lugar.

“Provavelmente.” Concordou, mordiscando o interior da bochecha ao se recordar do episódio com Autumn. Não devia estar preocupada, já que não tinha feito nada fora do habitual, mas, somando isso à predisposição de Soren para se meter em encrencas... Respirou fundo, repousando as mãos sobre os quadris, todo o bom humor se esvaindo em questão de segundos. Assim que Anika mencionou a bruxa, entretanto, Aurae franziu o nariz, a careta de desgosto manchando o rosto. “Você precisa arrumar melhores amigas, Anika. Isso acaba manchando sua reputação, por mais que você seja a filha da Tia Branca.” Afirmou em tom condescendentemente autoritário, aumentando a indiferença ante a menção à Imre ao analisar as unhas bem feitas. Preferiu não tratar da empáfia da outra ao pensar que podia bater seu recorde, mas uma parte de sua mente torceu o nariz para aquilo, também. Mesquinharia não era atraente em uma princesa, e Aurae sabia que seu humor não era dos mais afáveis. “Mas isso não importa. Não agora, pelo menos.” Viu-se gesticulando em sinal de falta de importância, enganchando braço esquerdo com o direito da Snow. Tinha uma vaga ideia do que o mago a perguntaria, mas faria algum mal em saber algumas das respostas de antemão? Decerto que não. “Sério, você diz?” Testou, arregalando os olhos em sinal de interesse. “Você se lembra de... Alguma pergunta específica?” Pendeu a cabeça para o lado, ciente de que já não conseguia mais desvincular a mente do assunto.



FLORENCE PUGH photographed by David Stanwell on Instagram - January 2020 (x)
aarontepes:
Em passos rápidos rápidos, Aaron saiu da sala do Diretor, seu rosto mostrava que não está a tendo um bom dia e se limitou a somente olhar pra frente, sem prestar muita atenção ao seu redor. Ficou nesse transe por algum tempo, nem tinha contado quando vezes tivera dado voltas por Aether e nem sabia exatamente para que destino estava indo, apenas queria tentar se acalmar, nada de bom acontecia quando o vampiro era tomado por algum sentimento, principalmente pela raiva. No entanto, seus planos foram interrompidos quando de repente recebeu um tapa em seu ombro, não tinha sido muito forte, ainda sim, aleatório e sem motivo aparente. “ — O que diabos eu fiz dessa vez? — ” vociferou se virando na direção do culpado pelo tapa. Vendo que não passava da Aurae e que seu olhar, antes de se virar nele, estava perdido em um ser no meio do pátio, inspirou fundo, passando as mãos em seu cabelo. “ — Perdão pelo mau humor. Não estou tendo um bom dia e isso não ajudou em nada. — ” se referindo ao tapa. “ — E eu não acredito que você teve a coragem de bater nessa carinha linda aqui por um ser igual a ele? — ” apontou para direção do garoto, com uma voz de indignação por ter sido agredido por algo tão patético como aquilo. Em seguida, o rapaz que a outra estivera admirando, terminou seu alongamento e deu início a sua corrida. “ — Que pena, sua querida atração está indo embora. — ” numa mistura de ironia e deboche sua voz se fez vendo o outro se distância até sumir de sua visão. Seus braços se cruzaram e voltou novamente seu olhar a loira. “ — Agora, pelo bem de todo mundo, controle suas mãos. Merlin não está nada amigável hoje para aceitar esse tipo de comportamento. ”

Oh. Aquilo era ruim. Aquilo era muito ruim. Arregalou os olhos ao perceber em quem tinha batido, mordendo o interior da bochecha. As mechas do cabelo estavam presas, como sempre, expondo o pescoço a um vampiro. Deu um passinho vacilante para trás, recolhendo a mão com o máximo de delicadeza que conseguiu. Não chama a atenção pro seu pescoço, uma vozinha fraca ordenou em sua mente, e Aurae se viu assentindo ao contrair os lábios em uma linha. Muito importante. Ele estava falando? Piscou, atônita, algumas vezes, ciente de que a boca estava aberta em choque. Entrelaçou os dedos das mãos, então, encontrando a autoridade que havia perdido há alguns minutos atrás ao assentir, voltando a exibir uma expressão impassível. “Você está... Perdoado.” Mediu as palavras, engolindo em seco, propensa a acreditar que dizer aquilo tinha formado um bolo na garganta. Verdade fosse dita, Rae tinha medo de vampiros, mas não era como se pudesse deixar o Tepes perceber aquela pequena falha. Ante a resposta do outro, entretanto, não pôde conter o bufar zombeteiro. “Um ser de carne e osso? Com sangue nas veias e uma dieta saudável que não envolve sangue? Well, duh. E você ainda precisa que eu responda?” Deu de ombros, batendo na própria testa mentalmente por continuar naquela conversa... Gostava de pensar que tinha mais controle do que Soren, mas, situações como aquela apenas destacavam o quão parecidos eram. Assim que ele mencionou o guarda a quem estava observando, entretanto, Rae quase podia ter feito um biquinho, estreitando os olhos na direção do atleta que estava se afastando. “Isso é culpa sua.” Viu-se murmurando, os braços cruzados pretensiosamente. Senso de perigo? Ela já tinha passado daquela fase. Agora com o quê ia se distrair? Com Tepes? Por favor! Soltou uma risada esganiçada ao assentir, repousando as mãos na cintura momentos depois de desfazer o coque sutilmente. “É claro que Merlin está irritado.” Revirou os olhos. “Eu também estaria se tivesse que entrevistar centenas de aprendizes.” A própria Aurae não estava calma: o coração palpitava no peito a cada segundo de espera. Queria, e não queria, terminar logo com a entrevista e seguir com a sua vida.

pidpipcr:
‘ eu deveria me ofender por você ter notado minha presença apenas agora, eu não sou alguém que costuma passar despercebido. ’ comentou com um sorrisinho debochado nos lábios e analisando os movimentos da loira enquanto ela afastava-se dele e lançava um olhar desagradável. Ralienos tinham esse defeito, podiam ser estonteantemente bonitos, mas eram extremamente preconceituosos. Ainda assim, este detalhe não impediu que Brion deslizasse para mais próximo da loira e voltasse a lhe encarar, dessa vez se desfazendo dos óculos escuros e passando a mão por cima dos ombros dela. ‘ eu não posso, não até Merlin me entrevistar, existe uma ordem a ser seguida, sabia? ’ explicou de forma óbvia e além do mais, ele não iria embora apenas porque ela desejava, não era assim que Brion agia, na realidade, ele gostava de fazer exatamente o contrário do que lhe era esperado. ‘ seus cabelos estão bonitos, não precisa se preocupar com eles, mas eu duvido que ele vá dar qualquer moral para você se eu estiver por perto. ’ e não demorou para que o flautista simplesmente desviasse o olhar para o outro e o visse encarando os dois com um olhar de puro julgamento. ‘ eu te disse, agora não importa quanto você negue ou se afaste, sua imagem está associada a minha. ’ riu diante do xingamento ao ter seu olhar confrontado, ele já havia ouvido coisas piores do que aquela. ‘ queria saber por qual razão você trata alguns membros da imre tão bem e outros tão mal? não deveria fazer distinções se odeia todos os vilões, deveria odiar todos nós. ’

Se limitou a um olhar atravessado, arqueando uma das sobrancelhas ante as palavras do moreno. “Pensei que precisasse disso pra bater carteiras. Ora essa, parece que vai ser um péssimo ladrão.” Ironizou, ciente de que ele estava se aproximando de novo. Depois de ela deixar seu desinteresse cristalino. O sangue de Aurae não era dos mais frios, sabia, e os braços formigaram ante a proximidade: tinha alergia a vira-latas. “Você pode seguir essa ordem dali, também.” Sibilou ao acenar com o rosto para a outra poltrona, longe dela. O sorriso falso, é claro, escondia a força com a qual os dedos de Rae se fecharam sobre o pulso do Imre assim que ela se deu conta de que... Ugh, Aquilo era sério, mesmo? Fez uma careta de desgosto, afastando a mão boba do filho do Flautista, ciente de que as mechas já começavam a reagir ao seu próprio descontrole emocional. Ótimo. Simplesmente ótimo. A culpa era dela, por desatá-los, na verdade. Agora, iria encontrar Merlin e a Fada Azul com um penteado menos do que excelente. “Eu não vou avisar uma segunda vez." Largou o pulso do moreno para ajeitar o coque e cruzar os braços logo em seguida, ciente de que o ralieno que chamara a sua atenção não conseguia tirar os olhos daquela cena pitoresca: quem iria acreditar que Rae estava sentada ao lado de um Imre e, mais surpreendente ainda, não estava se distanciando? As repercussões daquela imagem eram... Devastadoras. Ignorou a vontade de soltar um suspiro resignado, arregalando os olhos ante as palavras do moreno. Certo, Rae podia se levantar e ir para a poltrona, longe o suficiente de Brion para que aquilo não se espalhasse mais do que deveria, mas que tipo de princesa seria se fizesse o que um vilão gostaria? “I’d rather die.” Retorquiu com a expressão impassível, virando o rosto apenas o suficiente para encarar o Imre a tempo de escutar a pergunta. “Eu não te devo satisfação alguma,” Arqueou uma das sobrancelhas, mantendo o contato visual. “Mas se quer saber tanto, eu suponho que tenha algo a ver com espaço pessoal. Alguns de vocês sabem respeitar. Not you, clearly.” Acrescentou, medindo o flautista com um olhar julgador.

daringdcrling:
Em outras circunstâncias, Jane poderia ter dado um sermão em Ray por estar mais investida nos músculos de um garoto aleatório do que na realidade de que doze de seus colegas de instituto haviam desaparecido, mas ela estava cansada demais para bancar a detentora da moral (e para não rir da colega de quarto). “Ray, tá escorrendo baba.” Ela provocou, apontando para o queixo da amiga. O arrependimento veio dois segundos depois, quando levou um tapa no ombro como resposta, o estralo tão alto que, se o rapaz que a princesa tão descaradamente secava ainda não havia reparado nelas, certamente iria depois disso. “Ow! What are you, an orc?!” Protestou Jane, esfregando a mão no local dolorido. Por que, quando estava perto de Aurae, sempre acabava se machucando? “Gritar e bater nos seus amigos não é exatamente atraente, if that’s what you’re going for.” Disse ela, ao observar o garoto lentamente escapar para longe.

Conhecia Jane há muito tempo para se preocupar com as formalidades. Desde que a filha de Wendy substituiu sua antiga colega de quarto (após um pequeno escândalo com creme depilatório e o xampu da heroína), a convivência do quarto das duas em Ralien tinha se tornado suave como um relógio suíço. Sentia falta dos dias em que a Darling ainda não estava namorando, entretanto. “How did you know?” Perguntou impassível, repousando a destra sobre o coração ao piscar algumas vezes. “Ninguém precisa se lembrar disso!” Quem não se lembrava da simulação dos Raliens há sete anos? Rae tinha sido escolhida para ser a princesa do conto que estavam usando de inspiração... Só esqueceram de mencionar que a princesa se transformava em um ogro todas as noites. Claro, depois do beijo do amor verdadeiro, continuaria sendo a bela princesa de sempre, mas o conto não fluía naquela direção --- ainda não tinha entendido o motivo de ela escolher continuar com aquela forma. “Oh, it isn’t?” Umedeceu os lábios, pendendo a cabeça para o lado ao repousar ambas as mãos sobre os quadris, assentindo lentamente. “What about this?” Foi o único aviso antes de jogar o corpo contra a Darling, provendo o momento necessário para as duas caírem no chão. Gostaria de pensar que o gritinho que escapou pelos lábios foi muito digno, mas, se fosse sincera, Aurae “Ele tava olhando! Eu tive que pensar rápido!” Explicou em tom pretensamente inocente, ainda que os sussurros rápidos pouco pudessem falar ao seu favor e... Ela estava com folhas presas no cabelo?

yourhghness:
Aurae era certamente a personificação do que ele condenava ao fazer discursos como aquele — nada que o príncipe estivesse prestes a admitir, contudo, e esse era o motivo pelo qual perdia toda a credibilidade. Não podia ser considerada uma militância válida, se era uma militância seletiva, e se ele estava mais preocupado em levar a Fitzherbert pra cama do que em entrar em embates com ela. Ao mesmo tempo, retroceder nunca era bom. “ E você me conhece tão bem, Rae ” pendeu a cabeça, direcionando à princesa um breve sorriso que não mostrava os dentes, enquanto se apoiava na ilha de mármore em que ela estava sentada. O tempo que haviam passado juntos podia não ter contribuído para que se conhecessem profundamente - ele duvidava, aliás, que a herdeira fosse do tipo profunda - porém, tinha sido suficiente para que soubessem das intenções um do outro. Njord sabia que tinha perdido pontos com a realeza desde o evento das armas, e recuperar sua influência não seria simples, mas dependia de pessoas como a filha de Rapunzel. “ Ugh. Deboche faz mal pra pele, sabia? ” comentou, jogando a cabeça para trás e abandonando a posição inicial. “ É o mesmo que perguntar se você não gosta da reputação de princesa mimada ” alfinetou, o fantasma de um sorriso em seus lábios. “ É claro que é suspeito. É por isso que estão todos loucos pensando nisso. Mas o mago tem a fada do lado dele. Por que não acreditaria no que é dito? Basta insistir nas perguntas certas. É o que eu faria ”

“It’s a gift, really.” Concordou, arqueando as sobrancelhas ao deslizar para longe de Njord, ainda que minimamente. Preferiria não estar tão próxima de Westergaard, se tivesse a escolha. Veja, Aurae sabia quando não estava em perigo, mas tampouco tinha interesse em ser encontrada em uma situação tão... Comprometedora com o filho de Hans. Tinha, afinal, uma reputação pela qual zelar. “Oh, pare de ser um bebê chorão, Njord. Não é atraente e, confia em mim... Com a sua reputação, até parece que você quer ter algum trait que te diferencie dos outros bad boys incompreendidos e pseudo-malvados. Isso vem atraindo um nicho cada vez menor de princesas.” Assentiu, aproveitando o momento para pegar mais uma colherada do quitute calórico. “Você ficaria surpreso.” Retorquiu com um sorriso calculado, largando o doce para ajeitar o cabelo. Oh, não se engane, Aurae era superficial e mimada e portava todos os defeitos atinentes aos Ralien, mas gostava de usar aquilo ao seu favor. “E eu suponho que você falou a verdade, já que nada está maior do que deveria ser.” Comentou, arqueando uma das sobrancelhas ao abraçar as próprias pernas, sentada na ilha de mármore, o queixo apoiado nos joelhos enquanto os olhos perscrutavam Njord com curiosidade. “But then again, não foi o seu próprio pai quem falou a verdade nas entrelinhas, brincando com a cabeça da tia Anna pra ela pensar uma coisa quando, na verdade, ele estava querendo dizer outra, completamente diferente?” Pendeu a cabeça para o lado, estreitando os olhos ao formular o argumento. Antes que o moreno pudesse retorquir, entretanto, Aurae levantou a mão, respirando fundo antes de continuar. “Mas eu não era sobre isso que queria falar com você. O que rolou entre você e meu irmão? Sonso fica se esquivando das perguntas, não importa o que eu faça.” Já devia saber que Aurae não iria parar até ter suas respostas.

pidpipcr:
O corpo do flautista estava jogado no banco e seus olhos estavam cerrados por detrás das lentes escuras de seu óculos de sol. Tinha sido o disfarce preciso para poder cochilar enquanto aguardava seu momento de ser interrogado, não que ele tivesse algo a ser dito, passou boa parte do tempo ocupado com outras coisas e pessoas para se preocupar com o sumiço de meia-dúzia de pessoas e agora tudo o que ele desejava era sua cama e uma boa noite de sono. Abriu um olho para espiar sobre quem a loira estava falando e deparou-se com a figura musculosa de um dos príncipes da ralien. Ele pode sentir o desejo despertar dentro de si e o acordar, fazendo com que arrumasse sua postura para poder olhar melhor, por sorte as lentes estavam impedindo que o outro percebesse seu olhar de cobiça, mas o mesmo não acontecia com a loira. ‘ é você que está dando na cara, minha querida, eu estou perfeitamente disfarçado. ’ insinuou com um sorriso e aproveitando para dar uma boa olhada no decote da princesa, por que se contentar com um quando podia aproveitar as coisas boas de dois mundos?


Franziu o nariz ante as palavras do Imre, desviando o olhar tão logo teve a oportunidade. É claro, fez questão de fazer um teatro do afastamento calculado, deslizando no banco para não estar encostando em Brion. “Of course you are. De que outra maneira eu só teria percebido sua presença agora?” Soltou uma risada contida, inclinando-se para trás de modo a apoias as costas no banco de madeira, muito mais preocupada em não ser associada com o Imre do que com o fato de estar dando bandeira suficiente para o ralieno se aproximar dos dois e ela ser submetida a algum tipo de olhar julgador por estar acompanhada de Brion, of all people. Respirou fundo, desfazendo o coque com mãos ligeiras para pentear as mechas com os dedos, ajeitando os fios insistentes atrás da orelha antes de medi-lo de rabo de olho. “Você já pode ir, a propósito.” Cruzou os braços, emburrada com a companhia, muito ciente de que estava inflando as bochechas como uma princesa contrariada. Não podia fazer nada se estava contrariada. Ignorava todas as lições de etiqueta que tinha aprendido com as preceptoras, mas não se importava naquele momento. Quanto menos tempo Brion e ela passassem juntos, melhor... Pelo Narrador, podia ser qualquer um! Quando Sonso dizia que ele tinha pego todo o azar da família, claramente estava exagerando. A diferença entre os gêmeos era que, bem, o de Rae escolhia as piores horas para se manifestar. Quando o Imre não fez menção nenhuma em se levantar, voltou a atenção para o moreno, a paciência no limite. “What?” E então... “Você só pode estar de brincadeira.” Franziu o cenho, gesticulando para que ele olhasse para ela, e não para os seus... Peitos. Respirou fundo, tentando reunir todas as forças para não socar Brion naquele instante, muito ciente de que estava segurando o banco com mais força do que o necessário. “You’re a pig.”






Café Dior by Pierre Hermé - Sensation Chloé
callieasuaboca:
Extremamente ultrajada por ter passado por um interrogatório, Callie estava à beira de perder a compostura ou usar de sua influência para notificar as rainhas-mãe de toda Mítica para pressionar o Diretor da instituição. Havia coisa mais absurda do que passar quatro horas em uma carruagem sem precisar e ainda ser submetida à um questionamento de suas ações, sendo ela uma princesa da Ralien? Pronta para começar um discurso insatisfeito sobre tal dia com Aurae, logo perdeu a atenção da amiga para um qualquer que nem da realeza deveria ser. —— Mas ele nem é… —— E tomou um tapa no braço logo em seguida, sem poder nem completar o seu raciocínio. Logo redirecionou a irritação à outra princesa: a mão pesada de Callie voava no ombro da mais velha, indignada com o tratamento. —— Yah, mas você ficou doida?! É assim que você me trata?! —— Reclamou a jovem, ofendida por ter sido trocada por macho. —— É inacreditável. Estamos no meio de uma situação caótica e você está aí, thirsting over some random guy! Como você não reprovou em gestão de reinos, Aurae? Como?!

“Ei!” Reclamou, massageando o ombro dolorido. “Eu preciso desse ombro pra escalar, Callie!” Revirou os olhos ante as palavras da outra, oferecendo a mão para que analisasse os prejuízos causados pelo seu tapa. “Give it to me. Now.” O tom autoritário era usado com alguma habitualidade --- verdade fosse dita, Rae simplesmente não sabia sair daquele modo ---, de forma que, geralmente, era atendida. “Oras, por favor! Tapa de amor não dói.” Deu a língua, ciente de que não deveria estar rindo daquela forma, em especial por toda a atmosfera macabra que rondava a carruagem. Assim que teve seu pedido atendido, entretanto, pôs-se a trabalhar com alguma facilidade: não era a primeira e tampouco seria a última vez que Aurae iria bater em algum dos seus amigos com um pouquinho de força demais. Em outras palavras, estava acostumada com os primeiros socorros. “... Oh, Callie!” Piscou algumas vezes, umedecendo os lábios ao olhar para a marca vermelha e os olhos da princesa. “Eu acho que...” Mordeu o lábio inferior, olhando para fora da carruagem. “Você vai sobreviver.” Riu fracamente, desfazendo o coque para manter as mãos trabalhando enquanto escutava o sermão, o cenho franzido. Assim que se deu por satisfeita, prendeu o cabelo na coleira habitual, dando de ombros. “E você acha mesmo que ficar aqui, dentro dessa carruagem, parada e pensando em todo tipo de tragédia vai ajudar em alguma coisa?” Negou, apoiando a bochecha em uma das mãos, o tom neutro. “Não é o momento de surtar, então... Por que não aproveitar a imagem que eles mesmos estão provendo?” Argumentou, voltando os olhos para o soldado que estava se exercitando. Ele devia saber que estava sendo observado... Ninguém ficava tão perto da Carruagem sem saber que um bando de meninas não iriam resistir à tentação. “... E eu colei, como todo mundo da minha classe.” Voltou a atenção para Callie, então, dando uma piscadela. “O professor era muito leniente, sabe? Do tipo que só quer passar pelo semestre sem ter que trocar o tarja preta. It worked for all of us.”
