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Nathaniel Gostava De Fingir Ser Apenas Mais Um Interessado Em Arte, Nos Dias Em Que No Estava Trabalhando.
nathaniel gostava de fingir ser apenas mais um interessado em arte, nos dias em que não estava trabalhando. por consequência da lua cheia, seus finais de tarde acabavam sendo sempre no estúdio. tão monótonos que chegava a doer. então, ouvir o que as pessoas tinham para dizer de suas obras dava uma certa animada nas coisas e acabava lhe inspirando a criar mais. como sempre, para lidar com toda a ansiedade dos últimos dias, tinha um cigarro aceso entre os dedos. mas não mentiria para si dizendo que as palavras 'raso', e 'amador' não lhe machucavam. só que em igual intensidade, ele apreciava a honestidade. "posso ver de onde você está vindo." concordou, aproximando-se da peça. "talvez... se fosse mais abstrato e não tão realista, as cores caíssem melhor." coçou o queixo, tragando seu cigarro. "pelo que eu sei, esculturas são a especialidade, mesmo... talvez a pintura precise de melhoras. pra quem trabalha em três dimensões, passar para duas e manter o mesmo nível de profundidade pode ser... complicado." suspirou, virando-se para o outro. "você vem bastante aqui, né?"

CLOSED STARTER W/ @wolfrcge Local: Estúdio da Aurora

Estar preso em um local como Arcanum deixava Vlad constantemente entediado. Estava sempre em busca de algo que pudesse aliviar o tédio, e frequentemente acabava adentrando algum estabelecimento aleatório. Com mais frequência ainda, acabava em algum local onde pudesse admirar algum tipo de arte. Lá estava ele no início de tarde, com um copo de café na mão, bebericando o sangue artificial que havia substituído o café. Parou em frente à uma pintura, feita toda em tons de preto, branco e vermelho. Julgou em silêncio, até sentir uma presença do seu lado. Crítico e talvez até inconveniente, ele não perderia a oportunidade. "Preto e vermelho são minhas cores favoritas, mas não sei se funciona nessa peça." Apontou. "Raso. Amador. O cara deveria focar nas esculturas mesmo." Deu de ombros ao terminar de dar a opinião que não foi pedida.

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❛ don't even think about trying to beg for forgiveness. ❜
nathaniel hawthorne tinha um número curiosamente grande de pessoas querendo sua cabeça na bandeja. até então, havia trilhado um caminho sinuoso em arcanum, cheio de esquinas e reviravoltas. à mercê das fortes emoções de tristeza, desespero, e elevados níveis de estresse, o rapaz acabou fazendo muita coisa errada, deixando assuntos inacabados, e consequentemente desapontando diversas pessoas. a mulher à sua frente era um de seus muitos insucessos... um bastante dolorido, por sinal, tanto no bolso quanto na cabeça. nate sabia o quão perigoso poderia ser se envolver com criaturas feéricas, mesmo em níveis de amizade, mas ainda assim resolveu se aventurar enquanto as coisas estavam boas: a bebedeira, drogas, noitadas e festas. quando nathaniel resolveu seguir seu próprio caminho, porém, decidiu por ambos que seria melhor se afastarem. tinha sido egoísta, é claro, como em muitas outras situações de sua vida, mas para nate àquele tempo era algo necessário para que pudesse seguir em frente e deixar a memória de johanna ir embora. jinx, porém, não aceitou muito bem esse desfecho e resolveu lhe contar de uma maneira um tanto... brilhante. a frustração no rosto do jovem era evidente ao ver as chamas engolindo suas pinturas, retorcido em uma careta de dor e raiva. ele sabia que só uma pessoa poderia ter feito aquilo com suas preciosas obras, quadros que tinha demorado meses para concluir. só uma pessoa o atacaria de maneira tão pessoal. os passos pela rua de arcanum até encontrar jinx eram largos, o coração batendo no peito, bombeando adrenalina pelo corpo. "pedir perdão?" repetiu, incrédulo, suado e arfando. "você BOTOU FOGO nos meus quadros! pra que caralhos foi isso, jinx?! sabe quanto vai me custar?---- ou melhor," se interrompeu, porque ao ver a expressão da outra, sabia de imediato ser inútil aquela conversa. nate repuxou os fios loiros, a boca entreaberta. "... eu não acredito nessa merda. vou pagar até quando por ter te deixado insatisfeita?"

para a história de tiny, uma risada que começou a reverberar quando no meio do conto. nate sentiu o divertimento subindo pelo peito, até ecoar para fora da boca em uma boa gargalhada. podia imaginar a cena bem até demais: a esquadria da porta, as roupas claramente dois números menores. os olhares atônitos. os vampiros assustados. ah... a companhia de tiny era sempre um deleite. "putamerda." tragou seu cigarro, olhando para a frente ao deixar-se levar pela imaginação. "eles devem ter tomado um susto do caralho, posso imaginar. eu queria ter estado lá, acompanhando você em ação. deve ter sido um espetáculo daqueles, bem sangrento. mas me fala, se renderam após presenciarem a sua magnificência..?" nate riu de novo, balançando a cabeça de um lado para o outro, enquanto o assunto tomava um rumo mais... delicado. "é... não. não é saúde. quer dizer, é saúde também. depois do fiasco da celine, não tive muito mais coragem pra sair com ninguém. eu quase morri, pelo amor de deus! fiquei com medo de cruzar caminho com algum ser mais maligno. quer dizer, tive um ou outro encontro que não evoluiu... porque eu também não quis. e aí comecei a andar com uma certa... fae." repuxou o lábio inferior, mostrando ligeiramente os dentes. "era só amizade, mas não acabou bem. ela botou fogo nos meus quadros." nate coçou o pescoço, lembrando-se da cena horrível. "quer dizer, eu não fui nenhum santo, tiny, mas ela queimou um ano de trabalho duro! qual é! e ainda me chamou de cachorro, você sabe como eu detesto isso. eu sou um lobo, caralho. não um poodle." tragou outra vez do seu cigarro, agora diminuindo ainda mais no humor. olhava para tiny tendo a plena consciência de que poderia ajudá-lo apenas pela metade. mas uma metade ainda era melhor do que nada. "não. outras alcateias, não. não sei como funcionaria, ou se funcionaria, mas deveríamos nos ajudar, tiny. nós dois não teríamos sozinhos forças pra criar uma alcateia, mas podemos firmar algum tipo de pacto. de compromisso." os olhos claros de nate estavam cheios de determinação e coragem. "isso diminuiria a ação da lua cheia, e ficaríamos mais fortes. com a chegada de lúcifer, não dá pra saber o que vai acontecer depois." suspirou, mas ainda não falava disso. "quando eu disse querer mais, queria dizer mais do mundo, sabe? a ideia de viver aqui pra sempre me assusta."


Pior erro que qualquer alma poderia cometer é inflar o ego do híbrido com um pedido de história. Detalhes de que tinha sido aquela a influenciar passando longe, assim como a animada expectativa de começar a falar. "Amsterdã. Três horas da tarde. Uma chuva fina caindo no céu fechado, pessoas andando rápido para as casas com luzes fortes..." A voz de locutor de rádio, de audiobook de dark romance, combinado com a mão erguida para o horizonte lentamente se movendo. Ah, era demais. Ele fez um som de deixar pra lá com os lábios. "Cinco vampiros cheio de marra prenderam dois lobisomens da minha alcateia. Amigos meus, quase irmãos, sabe? Eles estavam sendo torturados e falando de mim. Tiny vai aparecer. Tiny isso, Tiny aquilo, e os vampiros dobrando de rir. Que medo alguém chamado Tiny pode provocar? Segui o rastro, cheguei no covil e a porcaria da entrada era minúscula. Eu tive que entrar de ladinho e o lance, a esquadria da porta, veio junto. Você tinha que ter visto a cara deles quando eu me transformei." Se já era grande como humana, a forma lupina massiva tinha terminado de reduzir o espaço para níveis claustrofóbicos. Todos os importantes se salvaram, como disse Tiny mais tarde, e com diferentes estados de sujeira pela forma como abateram os vampiros. O híbrido revirou os olhos, deixando-os cair no rosto do amigo. "Desde que meu uniforme virou uma camisa branca, sim." Reconheceu a escolha como tendenciosa, bem elaborada. Seu temperamento mais ameno treinado naquelas pequenas interações, forçando-se a assumir um ar mais casual para melhor explorar aquela prisão encantada. "Por quê? Sabe que é como andar de bicicleta, você nunca esquece. É alguma coisa de saúde? A recuperação lupina não tá dando conta? Sabe que os médicos são bem discretos quanto a isso, certo?" Ele tinha algumas suspeitas do que poderia ser, mas não provocaria além disso. Se quisesse dizer, ele estaria pronto para ouvir sem um pingo de julgamento. Pronto, até, para colocar certos nomes na fogueira em nome do companheirismo (te amo, celine). "Ei, rapaz, meus parabéns! Deve acabar com os neurônios de um escrever coisas desse tipo. Vai me contar sobre o que é ou vou precisar esperar por um momento certo? Quando estiver pronta?" O assunto da bebida deixou o semblante carrancudo de novo. Não por não gosta, mas por estar muito feliz com a notícia. E para não ser taxado do mesmo jeito 'chato' fingiu que era mais uma coisa corriqueira, falação sobre o clima e afins. "Eu tenho quase 40 anos, três décadas só como lobisomem. Não costumo ter esse tipo de problema. Mas... É complicado. Não... Não ceder ao outro lado." Colocou o cigarro entre os dedos antes de esfregar o inferior com o indicador. O sangue vampiro, a sede incontrolável, colocava aquele controle de monge num estado delicado. Seu silêncio dizia muito, ainda mais para Nate que tinha visto no seu pior estado: lobo destroçando a presa e bebendo do sangue. "O que quer dizer?" A franqueza nas perguntas, sua marca registrada sem rodeios, partia de um lugar sincero. Genuinamente curiosos. Ele tinha pouco tempo em Arcanum, pouca familiaridade com tantos rastros e presenças sobrenaturais. Ainda estava mais confuso do que 'rejeitado', como ele parecia sentir. "Está falando das outras alcateias?"

com @lilaharper
evento: festival de canto
nate iria ver uma amiga participar do festival de canto. tinha chegado cedo com seus óculos de sol no rosto escondendo olheiras profundas de uma insônia recente. de novo andava ouvindo uivos fantasmas, tão reais que chegava a se sentir nauseado de ansiedade. e assim... passava noites sem dormir. o cigarro dependurado nos lábios também compunha o visual, que apesar de animado pela competição, também tinha o cansaço dos últimos dias aparente. sentou-se no único lugar que tinha vago ao redor do lago, pedindo licença para a mulher ao seu lado. cumprimentou-a brevemente e começou a assistir às apresentações, mas algo sobre ela fez matutar um pensamento. resistiu a questionar até se virar para ela e puxar algum assunto. simplesmente ficaria pensando nisso o dia todo, se não sanasse a dúvida. "desculpa... mas eu te conheço de algum lugar?" nate sorriu, esfregando de leve a nuca. não queria ser inconveniente. "você me parece muito familiar.'

com @elaraz
evento: decoração mística de fachadas
esse era o primeiro ano em que nathaniel ajudava na decoração da fachada do estúdio da aurora--- e sua casa há pelo menos três anos. geralmente, o sr. nikolai, proprietário (um bruxo bem velhinho e poderoso) fazia as honras, mas não estava se sentindo muito espirituoso após a chegada de lúcifer e em protesto silencioso abdicaria dessa e outras atividades. nate se via sozinho lado de fora, braços cruzados, ponderando suas opções. para um bruxo era tão simples (pelo menos em sua cabeça): recitaria algumas palavras e pronto! fachada feita. ilusões lançadas. todos felizes. o único porém, era que a única bruxa que provavelmente estaria livre para ajudá-lo preferiria sofrer uma maldição terrível antes de facilitar sua vida em qualquer dimensão. ele era um artista, mas simplesmente não sabia por onde começar---nunca tinha feito aquilo antes em sua vida. começou a andar de um lado para o outro, coçando a nuca. não queria desapontar o sr. nikolai, pois manter-se no tema seria bom para os negócios. conversava baixo consigo mesmo, avaliando hipóteses, até que percebeu alguém se aproximar. "tô parecendo um maluco conversando sozinho, né?" nate brincou, mas o sorriso era quase sem humor. "garanto que não sou. só tô com... um probleminha pra decorar a loja."

com @cxrsedbythemoon
evento: labirinto das almas perdidas
nate detestava o labirinto. não gostava da sensação de espectros lhe observando e coisas malignas se arrastando atrás de si. olhar por cima do ombro o tempo todo e sentir calafrios também era ruim. ele não se assustava fácil ou tinha medo, mas era um evento inconveniente e para pessoas de um gosto mais... obscuro que o seu. além do que, esperava se divertir com a chegada dessa data e não passar horas do seu dia caminhando em círculos. o hawthorne tinha entrado lá contra a sua vontade enquanto na companhia de dois amigos, que acabaram se separando na metade do trajeto. mas ele estava tão perto do fim que seria mais difícil dar a volta e ir embora do que concluir o percurso, então resolveu continuar. utilizava de sua audição aprimorada para diferenciar os sons, e podia sentir que alguém se aproximava. ao virar uma esquina, porém, não contava que essa pessoa fosse... "celine. ah. que legal, parece que esse ano atualizaram a lista de pesadelos para os mais recentes." soltou o comentário encharcado em desdém, revirando de leve os olhos. já estava cansado e com fome, e o último encontro de ambos no restaurante tinha lhe deixado mais amargo que de costume. "ou você tava planejando me encontrar aqui sozinho? sabe, desde que decidiu fazer o inferno na minha vida. lúcifer tá sabendo que você vai concorrer ao cargo de presidente?"
