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Lissaaquila - "Me Tira De Casa, Me Leva Pro Espao" - Tumblr Blog

'Talvez eu nunca volte a ser o que um dia fui.'
É estranho como cada memória que revisito traz uma sensação de tristeza, pois sei da ausência de algo que foi vivido e isso dói.
das vezes que o amor é sobre encerrar ciclos:
queria te contar da minha dificuldade de encerrar coisas, quando encerrá-las é admitir que nada mais pode ser feito, senão a aceitação. também porque se não as encerro, elas nunca morrem e permanecem em mim. é difícil se desfazer de coisas que são grandes aqui dentro, porque eu sempre deposito muito de mim em tudo que amo, e quero entregar tudo o que eu tenho e sinto, sem melindres, sem mediações ou limites. outra vez eu pensei que eu sempre me envolvo em mares sentimentais, ainda que nunca soubesse nadar ou que não tivesse a mesma intensidade que essas águas transbordantes. e depois eu percebi que o ar também é intenso, que ele me desintegra e refaz tantas vezes que em algumas delas não consigo encontrar um lugar seguro. a relação água-ar é intensa. o meu querer por você era intenso também. porque eu oscilo tanto que me perco em mim mesma, porque eu quis tentar, você quis e depois não mais. e eu me culpei tanto pela instabilidade, pelo anseio. porque eu te admiro por fazer sempre o melhor, o maduro e de alguma forma, eu sempre soube que você teria alguma dessas escolhas. e nesse meio tempo, eu também consigo notar coisas em mim, do tipo: eu sempre estou disposta a tentar um pouco mais, ainda que eu possa me machucar, e você sabe. eu sempre amei demais as pessoas, mesmo quando elas não me amaram. eu dei o melhor que eu tinha, ainda que elas não pudessem me dar também. e eu não sei se algum momento eu pensei que elas pudessem me amar ou se eu queria, no fundo, desesperadamente isso. porque eu queria ser uma escolha, uma tentativa, ainda que errada. mas eu sou sempre um “você é incrível e eu espero que encontre alguém”, mas ninguém nunca pode ser esse alguém. e isso dói. você não é uma mágoa ou uma insegurança, não quero que pense isso. porque você não é. alguns sentimentos despertam inseguranças, e isso é sobre mim. sobre meus desejos e frustrações. sobre meu medo de não ser boa o suficiente, ao ponto de merecer alguém que chegue e escolha estar comigo. e não culpo se você não pode, se os contextos pareceram grandes demais, difíceis demais. se as prioridades são outras, e ainda bem. você merece encontrar outras coisas, se agarrar naquilo que vai ser saudável e possível. eu compreendo, porque eu também penso no que é difícil e além do que posso fazer ou controlar ou melhorar, e, de um jeito autodestrutivo talvez, querer mesmo assim. mas eu chego numa parte tão vulnerável de mim mesma que percebo o quanto eu preciso tanto aprender a encerrar os ciclos. compreender até onde o meu amor pode chegar, quais são os limites pessoais, o choro compulsivo de quem quer tanto algo que não pode ter, que fere o ego de si por não ser suficiente, quando eu nunca vou ser o suficiente para as pessoas, simplesmente porque não preciso ser. não pra alguém. e talvez, mais tarde, daqui uns dias, meses ou até anos, eu tenho fechado todas essas coisas. é que pra recomeçar, eu preciso estabelecer alguns términos, fechar uma etapa que foi o que poderia ser e que ensinou o que precisaria ensinar. porque eu não quero que você se torne os meus devaneios tristes, como o das pessoas que passaram por mim e eu não soube interromper o ciclo. quando eu já te contei que não sei como superar as pessoas, quando tudo sempre vibra em mim e se mistura e vai pra tantos lugares. eu choro, meu bem, porque minha sensibilidade é uma ponte para todos os meus medos e traumas e vontades e amores. mas, na parte mais sincera de mim, eu desejo o equilíbrio de entender até onde conseguimos ir, e agradecer. porque você é, sem dúvidas, um ser humano incrível. e não posso sentir nada menos por você do que amor, ainda que de formas ressignificadas. espero que não me leia como se pudesse entender todas as coisas que se passam, espero que as citações não sejam uma certeza de conclusões das quais nem sempre são, pelo menos não o tempo todo. eu oscilo e meus sentimentos também. minhas palavras não dizem nada que permeia integralmente meu coração.


